Hoje, 17 de outubro é celebrado o Dia Mundial de Combate à Dor, data criada em 2004 pela International Association for the Study of Pain (IASP)com o suporte da Word Health Organization (WHO) para garantir a assistência integral de atendimento para portadores de dor crônica.
Mobilizando a área médica e organismos públicos e privados da saúde, a data chama a atenção para a necessidade de atenção e tratamento multidisciplinar a pacientes cuja dor contínua e muitas vezes intensa, gera limitações funcionais com impactos importantes sobre relacionamentos pessoais e profissionais.
Segundo o mestre e doutor em neurocirurgia pela UNIFESP, com especialização no tratamento da dor pela Associação Médica Brasileira (AMB), Dr. Claudio Fernandes Corrêa, são indivíduos que sob constante processo de sofrimento passam a ter sérias consequências físicas e emocionais que precisam ser atendidas de forma global.
“Pacientes oncológicos, portadores de doenças neuropáticas, doenças reumatológicas, lombalgias e cefaleias estão entre os que não conseguem obter alivio de suas crises dolorosas com medicamentos comuns, necessitando muitas vezes de intervenções cirúrgicas para implantação de bombas de opioides, de apoio da medicina física de reabilitação e também de profissionais da área da saúde mental, entre outros”, relata o especialista.
Contextualizando a importância do tema, o médico destaca a necessidade de expansão da formação médica e de campo de atendimento em dor pelas instituições. “Ampliar a formação e a estrutura dos serviços neste sentido é essencial para agregar em diversos aspectos, a começar pelo fato de muitas dores crônicas estarem dissociadas da própria doença de base que a causou e ser ela, a dor, a própria doença de foco a ser tratada”, completa.
Dr. Claudio Corrêa destaca sete aspectos a considerar para o melhor entendimento e suporte sobre a dor:
Sinal vital: a dor, por si só, é um sintoma que nos avisa de que algo no organismo não está bem, indicando a necessidade de procurar ajuda profissional. Esta condição é importante para o rápido atendimento de situações críticas que podem, inclusive, levar à morte se não houver socorro em tempo, como ocorre em casos de infarto do coração, derrame, apendicite, pancreatite, entre outros.
Diferentes tipos de dor: ao contrário da dor aguda, que tem origem bem definida e é passível de cura na medida em que é curado o motivo que a causou como nas situações descritas acima, a dor crônica persiste em função de sua origem não ser definida ou pelo fato de sua doença de base não ser passível de tratamento em definitivo. São exemplos: neuropatia diabética, dor neuropática por consequência de herpes-zoster, fibromialgia, enxaqueca crônica, lesões do sistema nervoso geradas por traumas ou tratamentos quimioterápicos, radioterápicos, algumas doenças da coluna, artrose, artrite, gota, entre outras.
Aspectos emocionais – cerca de 80% dos pacientes crônicos apresentam quadro de depressão e ansiedade que comprometem a adesão aos tratamentos propostos e levam a piora do quadro geral. Neste sentido, o seguimento de pacientes crônicos com profissionais da psicologia e da psiquiatria são fundamentais, considerando um melhor manejo diante dos desafios que enfrentam em seu dia a dia.
Atividades físicas – exercícios bem orientados, manutenção das atividades intelectuais e prática de atividades artísticas ajudam na funcionalidade do indivíduo e melhor enfrentamento dos quadros dolorosos, além de contribuírem para uma boa reserva cognitiva no paciente mais idoso.
Mudanças climáticas e stress - a dor pode sofrer interferências de mudança de clima, especialmente em quedas bruscas de temperaturas, de muito quentes para muito frias. As crises também podem ser agravadas com traumas emocionais: perda de emprego, pressão no trabalho, rompimento de relacionamentos, bullying, luto.
Automedicação - além de mascarar e dificultar o diagnóstico de doenças, se automedicar gera o efeito rebote da dor, em que a pessoa precisa de doses cada vez maiores de medicamento, obtendo cada vez menos efetividade.
Qualidade de vida - O tratamento da dor inerente a qualquer doença é um direito do paciente. Sentir dor pode ser comum, mas não é normal, por isso é importante pedir ajuda.
Para mais informações sobre dor, assista: Videocast Tudo Sobre Dor, com Dr. Claudio Corrêa
Dr. Claudio Corrêa
Com mais de 30 anos de atuação profissional, Dr. Claudio Fernandes Corrêa possui mestrado e doutorado em neurocirurgia pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP. Especializou-se no tratamento da dor aliado a neurocirurgia funcional pela Associação Médica Brasileira (AMB), sendo umas das principais referências no Brasil e no Exterior.
É também o idealizador e coordenador do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, serviço que reúne especialistas de diversas especialidades para o tratamento multidisciplinar e integrado aos seus pacientes.
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