(Carolina Horita/MdeMulher) |
É claro que você já notou que a sua vagina tem um odor
característico – e isso é completamente normal! Esse cheiro é resultado do
processo de reparação celular, pelo qual as glândulas vaginais produzem
secreções, que também possuem cor e texturas habituais. Segundo a Dra. Nelly
Cobayashi, ginecologista e sexóloga, as bactérias lactobacillus, responsáveis
pela manutenção da flora vaginal e seu pH ácido, também liberam um odor.
Mas nem sempre ele será o mesmo! Ao longo da sua vida,
vários fatores podem causar alterações no cheiro de sua vagina. Algumas são
completamente comuns, enquanto outras requerem mais atenção.
Mudanças naturais
Você pode notar uma alteração no odor durante o ciclo
menstrual. “A secreção vaginal e o sangue proveniente da descamação da parte
mais interna do útero se misturam”, conta a ginecologista Dra. Carla Iaconelli,
justificando que, muitas vezes, o sangue de menstruação, antes de ser eliminado
pelo corpo, sofre decomposição e libera um cheiro próprio, que não deve ser
motivo de preocupação.
A sua alimentação também pode ser responsável por mudanças
no odor vaginal, pois tem a capacidade de alterar o pH da vagina. Então, se
você consome em excesso produtos de acidez elevada, como as frutas cítricas e
aqueles à base de glúten, o pH das
secreções vaginais poderá dim
Outro fator é a temperatura alta, propícia para proliferação
de bactérias. Isso faz com que, no verão, os lactobacillus que vivem na região
íntima sejam mais numerosos. Nesse casos, é comum que o cheiro liberado pela vagina
seja um pouco mais forte.
Como saber se algo está errado?
Em primeiro lugar, é preciso conhecer bem seu odor habitual.
Caso haja alguma mudança muito drástica, vá ao ginecologista, alerta a Dra.
Carla.
Odores muito fortes e diferentes do comum podem indicar uma
infecção por bactérias, protozoário ou fungos. Fique atenta também à coloração
do corrimento e ao seu aspecto. Se ele estiver bolhoso ou parecendo leite
coalhado, há um risco de ser candidíase.
Não deixe para depois e procure ajuda médica o mais rápido
possível. Segundo a Dra. Nelly, “em casos mais graves, pode ser sinal de
infecção no útero, que normalmente vem acompanhada de dor pélvica”.
O que EVITAR no dia a dia
• Protetor
diário: ele deve ser evitado, uma vez que dificulta a ventilação e contribui
para a multiplicação de bactérias e fungos.
• Roupas
muito justas: por impedirem a circulação de ar no local, as roupas apertada
também colaboram para o acúmulo de bactérias e de fungos.
• Esponjas
e buchas: não as use! Além de provavelmente ficarem contaminadas, há chances de
você irritar ou causar ferimentos na vulva.
• Duchas:
tanto a Dra. Carla quanto a Dra. Nelly não as recomendam, já que as duchas
prejudicam a flora da região e causam um desequilíbrio no pH fisiológico,
podendo também causar micro-lesões na mucosa vaginal.
• Produtos
que disfarçam o odor: fuja de sabonetes perfumados e qualquer produto que não
tenha pH neutro! Eles podem resultar em reações alérgicas, irritações e
dificultar a identificação de problemas como infecções. Há ainda a chance de,
ao causarem o desequilíbrio da flora vaginal, deixarem você mais predisposta a
vaginoses bacterianas e candidíase.
Como fazer a limpeza da região íntima?
“A higienização da vulva (região externa) deve ser feita uma
vez ao dia durante o banho, sem fricções intensas, com água e sabonete neutro,
de um a três minutos”, afirma a Dra. Carla, que também sugere os sabonetes de
glicerinacomo boa opção para a higiene íntima.
E quando for ao banheiro, passe o papel sempre no sentido da
vagina para o ânus.
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