A Carreta Novartis da Saúde, que percorre o Brasil para combater a hanseníase, completa 10 anos como um dos principais projetos de erradicação da doença no país. O estado do Tocantins foi o quinto que mais recebeu os serviços de saúde, com mais de 5 mil atendimentos e o diagnóstico de 216 novos casos da doença em mais de 30 municípios percorridos.
O estado é um dos focos prioritários do Ministério da Saúde para o enfrentamento da hanseníase no país. A doença é considerada um problema de saúde pública por décadas. Embora tenha sido controlada na maior parte do mundo, continua a afetar cerca de 200 mil pessoas por ano, especialmente em países como Brasil, Índia e Indonésia.
Combate à doença no país
Segundo dados cadastrados no Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), o projeto já percorreu quase 500 municípios de diferentes estados, realizou cerca de 70 mil atendimentos e concluiu o diagnóstico de 2.369 pessoas, que foram encaminhadas para o tratamento adequado.
Além do atendimento à população, a Carreta realiza o treinamento de profissionais da área da saúde pública em municípios brasileiros, com o objetivo de ampliar os conhecimentos dos profissionais em relação ao combate à doença. A capacitação é realizada em parceria com a Associação Alemã de Assistência aos Hansenianos e Tuberculosos (DAHW). Em 2018, 1.900 profissionais de saúde pública foram treinados.
A Carreta Novartis da Saúde está em atividade desde 2009. Trata-se de um caminhão itinerante com cinco consultórios e um laboratório que percorre estados brasileiros, oferecendo atendimento gratuito e exames, além de esclarecer dúvidas e conscientizar a população sobre a prevenção.
Após o diagnóstico, os pacientes recebem o tratamento completo por meio de medicamentos da Novartis doados à Organização Mundial da Saúde (OMS), que os repassa a países como o Brasil. O tratamento poliquimioterapia (PQT), que está disponível gratuitamente em toda a rede pública do Brasil, cura a hanseníase, interrompe sua transmissão e previne as deformidades.
O projeto é resultado de uma parceria com o Ministério da Saúde, com apoio do CONASS (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e do CONASEMS (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), que buscam a erradicação da doença até 2020. Estima-se que a carreta seja responsável por cerca de 25% de todos os diagnósticos realizados no país.
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica e curável que causa, sobretudo, lesões de pele e danos aos nervos. O Brasil está em segundo lugar no ranking de países com novos casos de hanseníase², segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, há uma redução de 34,1% no número de novos casos diagnosticados no país entre 2006 e 2015³. A queda é reflexo de uma série de ações implantadas para o enfrentamento da doença, como é o caso da Carreta Novartis da Saúde.
Comumente conhecida como lepra, a hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que lesiona os nervos periféricos e reduz a sensibilidade da pele. Geralmente, o distúrbio ocasiona manchas esbranquiçadas em áreas como mãos, pés e olhos, mas também pode afetar o rosto, as orelhas, nádegas, braços, pernas e costas.
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