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0 OPINIÃO: Em tempos de pandemia, acadêmica de arquitetura e urbanismo faz uma reflexão sobre o assunto




Em dezembro de 2019, o mundo inteiro recebeu uma visita que promete mudar a vida da sociedade de maneira drástica. A população foi surpreendida por uma família de vírus que causam infecções respiratórias e outros sintomas semelhantes aos resfriados e gripes, porém, em uma escala pandêmica, estressando os sistemas de saúde e ocasionando a perda de muitas vidas.

Infelizmente, a situação é desfavorável a toda a população mundial, independentemente da situação de desenvolvimento do país, o sofrimento com o COVID-19 afeta todas as classes sociais, principalmente os menos favorecidos. As condições de vida nas favelas vêm se tornando o palco ideal para a propagação do vírus, as necessidades de manter o emprego e as dificuldades de acesso à água potável e saneamento, somados aos os espaços exíguos de moradia, são alguns dos principais problemas enfrentados pelas famílias que lutam diariamente pela sobrevivência. Não só as pessoas estão ficando doentes, as casas, as cidades também estão doentes.

Quando mencionamos a necessidade de água e saneamento, é possível fazer uma ligação direta com o papel do profissional da arquitetura e urbanismo. Ao voltar na história percebemos uma ligação direta desses profissionais com o planejamento das cidades. Uma cidade, e uma casa saudável resultam diretamente em uma população mais segura.

Durante o período da Gripe Espanhola, no início do século XX, concluiu-se que um dos grandes problemas da disseminação eram os espaços fechados com pouca iluminação e ventilação, com isso os códigos sanitários passaram a ser estipulados por lei, exigindo taxas mínimas de iluminação, insolação e ventilação nos ambientes. Essa atitude delineou regras e normas para a construção civil que são usadas até hoje.

O arquiteto e urbanista é um dos principais responsáveis pela proposição de medidas que visam evitar a disseminação de vírus e doenças, como a implementação de espaços mais saudáveis e formas adequadas de saneamento.

Uma grande quantidade de pessoas que moram nas favelas atualmente encontra-se sem saída. Infelizmente, nem toda a população tem condições de cumprir o isolamento social preconizado pelos profissionais da saúde, os quais recomendam que, em caso de contaminação, o paciente precisa ficar isolado dos outros familiares, de preferência em um cômodo da casa separado. Mas, como isolar um ente querido se a casa em que a família vive possui um único cômodo?

Nesse momento de angústia e dificuldade é importante o papel de todos os profissionais disponíveis em todas as áreas, e mais uma vez o arquiteto se faz necessário. Uma das maneiras mais eficazes de atendimento dessa questão estrutural seria executar políticas de assistência técnica para a habitação social (ATHIS), oportunizando para todos o acesso ao serviço de profissionais capacitados em fazer as pessoas morarem melhor e com adequada qualidade de vida.

Passado tudo isto, o trabalho não vai acabar, as lutas continuarão e muitas questões deverão ser repensadas. Até se encontrar uma cura, o que as pessoas farão? Continuarão fechadas em suas casas ou vão sair para aproveitar todas as formas de lazer possível que não puderam desfrutar durante esse período da quarentena?

Neste palco da vida, o arquiteto precisa estar pronto para se adaptar e se reinventar, pois é uma peça importante por trás das cortinas. É preciso tornar as casas mais saudáveis, diagnosticando, tratando e propondo novas soluções, incluindo todos, principalmente aqueles mais necessitados, e dar a atenção necessária para diferentes formas de lazer e socialização, pensando nas ruas, nos parques e nas praças.

Autoria: Milleny de Sousa Lourenço, aluna de Arquitetura e Urbanismo em Palmas/TO.

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