Com autoconfiança, coragem e determinação, mulheres empreendedoras de Palmas geram emprego, renda e fortalecem a economia da Capital. Essas mulheres atuam principalmente no comércio varejista de roupas, serviços de beleza e cuidados pessoais, com destaque também para o setor de alimentos - lanchonetes, restaurantes, docerias, dentre outros.
A Prefeitura de Palmas foi atrás de mulheres empreendedoras com o objetivo de inspirar outras pessoas com essas histórias. Então inspire-se:
Histórias de sucesso
A advogada Edleusa Patrício Rocha é daquelas pessoas dinâmicas e de iniciativa, ela já teve uma confecção quando morava em Colinas do Tocantins e ao se mudar para Palmas, cursou Direito, virou concurseira e decidiu abrir uma empresa no segmento da construção civil. Isso mesmo, ela constrói casas, e não é qualquer casinha não, Edleusa só trabalha com imóveis de alto padrão, ou seja, com valor venal acima de R$ 1 milhão. “Eu sempre fui empreendedora, nunca gostei de ter um chefe, gosto de fazer meu horário e de seguir meu próprio planejamento. Tive que ajudar meu pai a construir três imóveis e vi que esse era um segmento em ascensão”, diz a empresária.
Fatores decisivos na carreira de Edleusa são a determinação e a eficiência na gestão que se refletem na qualidade de seus imóveis. “Em mais de quinze anos já comercializei dezenas de casas em Palmas e me sinto realizada em poder ajudar as pessoas a encontrar um bom lugar para viver”, ressalta ao acrescentar que as atividades na empresa não atrapalharam sua vida em família. “Pelo contrário, eu tenho quatro filhos e consigo estar presente na vida de cada um deles. É com eles que divido as minhas conquistas”, conta orgulhosa Edleusa.
A jovem empresária Hacmone Sousa Batista é dona de um salão de beleza na região Sul de Palmas e confirma as estatísticas do Sebrae de que as mulheres gostam de investir no setor de beleza e vestuário, além de se qualificarem muito para isso. “Eu sempre trabalhei com salão de beleza, desde os meus 15 anos, ainda em João Pessoa (PB), quando fiz meu primeiro curso. Desde então eu fiz várias formações, fiz faculdade de Estética e Cosmética e sigo me aperfeiçoando”, conta Hacmone, que tem apenas 28 anos.
A esteticista faz questão de relatar que as atividades profissionais são uma das prioridades na vida da mulher moderna, mas a maternidade também tem espaço nesta nova configuração. “Eu investi em capacitação, na minha empresa e mesmo nesta correria, busquei espaço para ter um filho, pois é um fator importante para minha satisfação pessoal, hoje meu Heitor completa meus dias, nunca me atrapalhou, pelo contrário, é uma motivação a mais para buscar crescer”, conclui.
‘E quando a atividade que você inicia emprega e sustenta toda a sua família, a sensação só pode ser de felicidade’. Esse é o sentimento que a dona de casa e pipoqueira, Maria Madalena Oliveira, sente ao contar sua trajetória de 15 anos trabalhando com pipoca e churros em Palmas. “Eu construí casas, empreguei meus quatro filhos e ajudei a criar meus netos, tudo com a renda do meu trabalho. Eu me sinto feliz e realizada”, diz a ambulante que atua em grandes eventos e no Parque Cesamar.
E para quem pensa que a vida é moleza, Madalena manda um recado. “Tem que ter força de vontade, acordar e ir à luta faça chuva ou faça sol”, aconselha.
A analista do Sebrae, Luciana Retes, destaca que a flexibilidade de horário para estar perto da família também é um fator que leva as mulheres a empreender. “Elas desejam ter seu próprio negócio para ter mais independência na hora de cuidar dos filhos e da família. E acabam optando também por segmentos que a aproximem do seu núcleo familiar. Mas é importante destacar que mesmo nestes setores elas movimentam a economia direta e indireta”.
A maior parte das mulheres atua como Microempreendedor Individual (MEI) e em 2016, por exemplo, foram contratados mais de 48 mil trabalhadores por MEI’s no Tocantins. De acordo com Luciana Retes, os negócios com maior número de mulheres à frente são o comércio varejistas com as lojas de roupas, o setor de beleza e cuidados e, também o setor de alimentos.
Apoio
A Prefeitura de Palmas atende mulheres empreendedoras por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Emprego (Sedem), que possui em sua estrutura a oferta de microcrédito (empréstimo de R$ 1 mil a R$ 20 mil) por meio do Banco do Povo. O órgão é presidido atualmente pela empresária Carmem Lúcia Bom, e 49% de sua carteira de clientes é formada por mulheres.
“Em 2017 fechamos contratos de financiamentos para 94 mulheres, com mais de R$ 700 mil reais contratados. Esse dinheiro movimentou a economia local e fortaleceu as atividades realizadas por essas mulheres. Tudo acompanhado de perto pelas equipes do Banco do Povo”, explicou a gestora.
O Banco do Povo transformou a vida da dona Cardiânia Ribeiro da Silva. Há sete anos ela era vendedora de espetinho numa avenida movimentada da região Sul da Capital, com o microcrédito abriu um bar, fez cursos, ampliou o negócio e hoje é um dos melhores points da sua região. "Só tenho a agradecer ao programa Banco do Povo se hoje estou preparada e gerenciando meu próprio negócio é porque tive esse apoio”, conta a microempreendedora acrescentando que com os recursos do microcrédito fez reformas no local e comprou mercadorias. "Investimos para oferecer mais conforto para o cliente e deu muito certo, hoje temos funcionários, todos com carteira assinada e já pensamos em crescer ainda mais", comemora.
Desenvolvimento Sustentável da ONU
A missão de trazer as mulheres para o mundo da economia e fomentar o potencial empreendedor de metade da humanidade também foi abraçada pela Organização das Nações Unidas (ONU) que criou em 2014 o Dia Global do Empreendedorismo Feminino e traçou a meta de “Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas” como o 5º dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela entidade para 153 países e que devem ser alcançados até 2030.
Nestes objetivos estão presentes 169 metas ligadas aos direitos humanos, saúde, educação, moradia, trabalho e outras áreas. No quinto objetivo, dentre outras metas ficou definido que os países que aderirem aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável devem buscar “Garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública” e “Realizar reformas para dar às mulheres direitos iguais aos recursos econômicos, bem como o acesso a propriedade e controle sobre a terra e outras formas de propriedade, serviços financeiros, herança e os recursos naturais, de acordo com as leis nacionais”.
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