Mais da metade dos
homens brasileiros desconhecem o fato de que, com o passar dos anos, ocorre uma
que da na produção do hormônio masculino, a testosterona, levando a sintomas
como sensação de cansaço, depressão, alterações no humor, perda de massa
muscular e o aumento da gordura corporal – principalmente no abdômen – além de
disfunções sexuais.
A constatação foi feita por meio de estudo da Sociedade
Brasileira de Urologia. Na pesquisa, foram ouvidos 3,2 mil homens em oito
capitais. Entre os entrevistados, 51% disseram nunca ter ido ao médico, 30%
atribuíram os sintomas da andropausa ao excesso de trabalho e ao estresse do
dia a dia, e 68% disseram não saber a diferença entre terapia de reposição
hormonal e o uso de estimulante sexual.
O consumo de
hormônios para alterar o corpo é um comportamento que tem se tornado atrativo.
É uma prática antiga e que somente agora veio à tona de forma clara, mas faltam
informações básicas.
Não precisa ir
muito distante para entender, sempre se ouviu falar em reposição hormonal, um
tratamento comum entre as mulheres, já entre os homens um tabu, muitos não
sabem nem o que significa andropausa, muito menos como trata-la, disfunção que
também é tratada por meio de hormônios, com orientação médica. Mas se falarmos
em testosterona para crescimento muscular e tratamento estético, certeza de que
muitos conhecem e usam de forma totalmente indevida.
A testosterona é
encontrada no corpo dos homens e mulheres, mas os homens têm cerca de 10
a 15 vezes mais testosterona. Assim como outros andrógenos, o hormônio é
mais famoso pelos seus efeitos nas características sexuais. Simplificando,
a testosterona é o hormônio que representa as características masculinas.
"Ela estimula
o crescimento do órgão genital masculino e é fator decisivo na produção de
esperma, fortalece cordas vocais, aumenta a taxa de crescimento de pelos
faciais e corporais, causa impactos no corpo, controla a distribuição de
gordura, e simplesmente faz os homens mais viris, porém
somente deve ser administrado com prescrição medica", conta o andrologista
e cirurgião vascular e presidente do Instituto Paulista, Dr. Carlos Araujo
Pinto.
A Testosterona age
desde o nosso couro cabeludo, até as pontas dos dedos do pé. Ela é uma hormona
esteroide de 19 carbonos produzidos principalmente pelas células de Leydig dos
testículos (nos homens) e os ovários (em mulheres). E pequenas quantidades são
produzidas nas glândulas supra-renais de ambos os sexos.
Segundo o
especialista, a testosterona (hormônio mais utilizado) em excesso pode
sobrecarregar as funções do fígado e até provocar o desenvolvimento de câncer.
"Os medicamentos compostos por hormônios só podem ser consumidos com
receita e acompanhamento médico, embora seja comum a automedicação, o que é, de
fato, muito perigoso", alerta. Ainda ressalta uma questão muito
importante, as alterações no corpo são definitivas, mesmo após a suspensão das
substâncias.
O uso da
testosterona sem prescrição médica preocupa cada vez mais a Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Para a entidade a estimativa
é de o consumo indiscriminado nesse hormônio tenha aumento até 100 vezes nos
últimos 30 anos e chama atenção para os problemas que o consumo sem
acompanhamento médico pode causar.
Os hormônios, explica
Dr. Araujo, são substancias fabricadas pelo sistema endócrino (conjunto de
glândulas) e que ajudam a sinalizar funções especificas. São fundamentais para
o correto funcionamento do corpo e, caso a produção seja acima ou abaixo do
necessário do necessário, ocorre a disfunção hormonal. "A reposição é
indicada para os homens e mulheres e para os transexuais, porém sempre com
acompanhamento médico.
Testosterona
baixa é algo mais comum do que se imagina
Vários fatores
podem influenciar nos baixos níveis de testosterona. Eles vão desde a
alimentação ao estilo de vida, consumo de produtos que usam embalagens com
bisfenol, própria genética, entre outros.
Hoje em dia os
homens, em geral, estão com níveis de testosterona mais baixos que as gerações
anteriores.
- Alguns sintomas podem indicar a falta de testosterona
- Perda de massa óssea e aumento do risco de fraturas
- Perda de força
- Dificuldade em Ganhar massa muscular magra
- Ganho de Gordura corporal com facilidade
- Diminuição do apetite sexual (libido)
- Redução da fertilidade
- Sensação de fadiga
- Aumento da resistência à insulina e do risco de diabetes
- Depressão
- Irritabilidade
- Comprometimento das funções cognitivas
- Dificuldade de ereção
- Diminuição do volume de sêmen
- Alteração de humor
- Diminuição da Produção de glóbulos vermelhos
A reposição
hormonal masculina é indicada para tratamento da andropausa – o distúrbio
hormonal causado pela baixa produção de testosterona no organismo durante a
fase de envelhecimento.
É necessária para
saúde física e sexual do homem, além de trazer diversos benefícios, pois
combate diretamente sintomas como perda do desejo sexual, dificuldade de
ereção, depressão, irritabilidade, cansaço, alteração de humor e perda da massa
muscular.
É fundamental
procurar um médico antes de começar qualquer tipo de tratamento com hormônios,
pois o uso da testosterona sintética no momento e da forma errada pode ser
extremamente prejudicial à saúde.
A reposição só é indicada após os 40
anos, mediante exames de sangue e caso os sintomas estejam muito intensos e
trazendo desconforto ao paciente, afirma Dr. Carlos Augusto Cruz de Araújo
Pinto, cirurgião geral e vascular especializado em Andrologia.
Muitos homens não
entendem a importância de cuidar da saúde sexual após os 40 anos. Apesar de
sofrerem com distúrbios hormonais e sintomas característicos da queda dos
níveis de testosterona, eles ainda resistem em buscar tratamentos adequados com
o andrologista, médico que estuda a saúde do homem, mais especificamente as
funções reprodutoras e sexuais masculinas.
Que o pensamento
machista ainda é o grande vilão da história, nós já sabemos. O que falta é mais
informação e disseminação do assunto na mídia, para que ele atinja o maior
número de pessoas e possa ser visto como algo normal, natural e de extrema
importância para a saúde como um todo dos homens.
Assim como as
mulheres costumam fazer acompanhamento anual durante toda a vida com
ginecologista, os homens interessados em ter mais qualidade de vida e cuidar de
sua saúde sexual devem procurar um andrologista.
O andrologista
realiza diagnósticos e prognósticos relacionados aos o a aspectos anatômicos,
urológicos, biológicos e psíquicos do fator sexual masculino. Algumas doenças
mais específicas podem receber um tratamento nas mãos desse especialista.
Dr. Carlos Augusto Cruz de Araújo Pinto é cirurgião Geral e Vascular especializado
na área de Andrologia. Diretor Presidente do Instituto Paulista para Tratamento
da Disfunção Erétil Masculina, participa constantemente de congressos mundiais
buscando sempre aperfeiçoamento na área de Andrologia.
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