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0 Após perder um filho, servidora pública espera bebê receber alta de UTI em Palmas para celebrar seu primeiro Dia das Mães

Uma história de força, amor e superação é o que a servidora pública de Palmas, Elisângela Gonçalves de Brito, de 33 anos, tem para contar neste Dia das Mães que, para ela, será mais que especial. Após perder seu primeiro filho há quase três anos, Elisângela deu à luz Ana Cecília no último dia 2 de abril.



Ela diz que por ser de família grande, com vários irmãos, sonhava em ser mãe de muitas crianças. Segundo a servidora pública, o plano sempre foi ter quatro filhos. “Eu digo que hoje tenho dois filhos, porque tive o Adam, que não está mais aqui, mas está no meu coração, no meu pensamento, é meu filho, e eu falo sempre para a Ana Cecília, mesmo ela sendo ainda pequenininha, que ela tem um irmãozinho que está no céu”, explica.

Em 2015 Adam nasceu com apenas 26 semanas de vida. O pequenino tão sonhado por Elisângela e seu marido viveu apenas por algumas horas e faleceu. “Eu e meu esposo sofremos muito, mas conseguimos, aos poucos, superar essa perda. Nós nos agarramos a Deus, por que num primeiro momento não entendíamos porque estávamos passando por aquilo. Eu orei muito, pedi consolo, foi muito difícil. Você passa um tempo para tentar digerir tudo isso”, conta.

Após a perda, Elisângela relata que ela e o marido não imaginavam que tão logo teriam uma grande surpresa. “Engravidei novamente em julho do ano passado e a gente não esperava que isso fosse acontecer tão cedo. Num primeiro momento lembramos do que tínhamos passado, revivemos aquela sensação de medo de perder outra vez, depois veio aquela imensa alegria e o medo permaneceu um pouco por ali. Nessa gravidez tive que ficar de repouso desde o terceiro mês para segurar o neném, fiquei apreensiva, insegura, mas esperançosa. Após a 30ª semana de gestação eu fiquei mais tranquila”.

Naquele momento, um novo risco passou a rondar Elisângela, que foi diagnosticada com pré-eclâmpsia e submetida a uma cesariana. Ana Cecília nasceu com 36 semanas e foi internada na UTI do hospital particular onde ocorreu o parto. Sete dias depois a mãe a levou para casa, mas no último dia 29 de abril a criança começou a apresentar uma tosse forte e então foi preciso interná-la novamente, desta vez na UTI Neonatal da Intensicare no IOP.

“Eu senti uma diferença muito grande da primeira UTI onde ela ficou internada para esta em que ela está agora. Aqui há um acolhimento logo na chegada. No primeiro momento a psicóloga já veio conversar comigo, me dar força. Aquilo ajudou tanto, porque eu nem sabia como agir. Querendo ou não a experiência nos deixa apreensiva. A fonoaudióloga, os médicos, as enfermeiras, as técnicas, até o pessoal da limpeza da UTI se preocupa, falam com a gente, nos dão esperanças. A gente se sente acolhido como um paciente, porque se a mãe pudesse ela tomaria o lugar do filho para que ele não sofresse”, pontua a servidora.

Elisângela diz que vive diariamente pela filha, assim como as outras mães de prematuros internados na mesma UTI. “Todos os dias eu venho para a UTI amamentar minha filha, de 3 em 3 horas. Chego às 8h e saio ao meio dia com meu esposo para almoçar, depois volto para a UTI e só vou para casa às 18h. Fico por conta dela. Aqui somos todas mães de prematuros, muitas nem levaram seus bebês para casa ainda. Nós nos apoiamos e damos força umas às outras e isso ajuda muito”, relata a servidora.

Primeiro Dia das Mães

Na UTI, Ana Cecília está melhorando a cada dia e completa nesta quarta-feira, 9, seus 37 dias de vida. Tudo que Elisângela mais deseja é passar seu primeiro dia das mães em casa, com sua filha. “A minha neném está indo muito bem, está quase chegando o dia da alta e a nossa expectativa é que neste domingo, meu primeiro Dia das Mães, a Ana Cecília já esteja conosco em casa. Vai ser o meu presente. Para tantas mães que não poderão estar com seus bebezinhos em casa neste dia o que eu tenho a dizer é que tenham força, se apeguem em Deus, tenham esperança, se apoiem em suas famílias, saibam que isso tudo vai passar”.

A servidora já faz planos para aumentar a família em breve. “Daqui dois anos eu quero engravidar novamente e também quero adotar. Apesar da dor de perder um filho, dos medos, dos riscos, eu faria tudo de novo, porque segurar ela no colo, ser mãe, tudo vale muito a pena”, finaliza.



O lado mãe de quem cuida

A enfermeira e coordenadora de Enfermagem da UTI Adulto e Neonatal da Intensicare no IOP, Wanessa Beatriz de Souza Morais conta que apesar de toda a experiência de atuar há anos nas UTIs, este será um dia das mães especial para ela. “Me tornei mãe recentemente e acabo de retornar da licença maternidade. Após viver essa experiência, minha visão como cuidadora de bebês mudou completamente, principalmente diante da separação entre mãe e filho na UTI Neonatal. Eu também vivenciei, de certa forma, uma separação, quando tive que voltar a trabalhar. É uma grande dor que essas mães passam, após esperar tanto pela chegada de seus filhos e ter que estar separadas deles”, ressalta.

A maior parte da equipe que atua nas UTIs Neonatal da Intensicare é composta por mulheres e a maioria delas são mães. “Elas espelham neste cuidado ao paciente e à família o mesmo que sentem por seus filhos, elas se colocam na situação dessas mães, se apegam, torcem por elas. Esse atendimento humanizado, de acolhimento à mãe e à criança é o diferencial que auxilia positivamente no tratamento do bebê”, conclui Wanessa.

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