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0 ESPECIAL MÊS DA MULHER: Com simpatia e delicadeza, mulheres conquistam espaço em áreas antes exclusivas para homens

Não se surpreenda se você entrar em um ônibus e avistar a presença feminina ‘assumindo o volante’ de um autocarro nas ruas da capital do Tocantins. Chegar numa concessionária e dar de cara com uma mulher de aparência frágil, mas em um uniforme de mecânico, metendo a mão na graxa. Ou se for ao posto de combustíveis e ter seu carro abastecido por uma mulher frentista, na qual os delicados brincos sobressaem ao boné, que faz parte da vestimenta. Sem se, descuidarem das unhas e do colorido do batom, essas mulheres tocantinenses exercem suas funções com dignidade e demonstram força ao ocuparem lugares que, até pouco tempo, se restringiam aos homens. 

Andando por Palmas, é possível perceber que muitos ambientes de trabalho antes dominados por homens estão ganhando o toque feminino e o cuidado de mulheres que não têm medo de enfrentar as dificuldades do dia a dia. Em um bate-papo animado, três mulheres nos contam suas histórias, paixões por volantes, ferramentas e atendimento aos clientes, além de suas batalhas diárias dentro um ônibus lotado, no chão da oficina ou na pista de um posto de combustível.
Pelas ruas de Palmas
Um exemplo de mulher é Raimunda Ribeiro Araújo, 40 anos, que há três anos é motorista de ônibus. Ela que sempre lutou pelos seus objetivos, conquistou seu espaço e têm provado que é competente quando assume um volante e é capaz de lidar com a rotina desafiadora dessa profissão. Mãe de quatro filhas, ainda realiza as atividades domésticas e faz dança de salão.
Para ela, que tem como marca o sorriso e a simpatia dedicados aos usuários, não existe a história de sexo frágil. “Aprendi a dirigir muito cedo e lutei para chegar até aqui porque ainda existe preconceito quando uma mulher exerce uma função que é ocupada por homens. O incentivo foi do meu coração. Meu irmão era motorista também e eu acreditei que eu seria capaz de ocupar o mesmo cargo”, disse.                                                                              
Raimunda começa a primeira das viagens antes do sol nascer, mas primeiro verifica o nível do combustível, ajeita assento e retrovisores. “No início da profissão foi difícil, pois, para ser motorista de um veículo tão grande é preciso enfrentar o preconceito de estar numa atividade associada ao universo masculino. Além disso, tive que ouvir certas piadinhas como: “Mulher no volante, perigo constante” ou “Essa não vai dá conta do batente””, lembra sorrindo. 

Coragem e dedicação 


A jovem Sthefanny Carvalho Marques de Oliveira, 24 anos, trabalha entre os homens há quatro anos. Com qualificação Técnica em Mecatrônica, todos os dias ela pega duro no batente, sem medo de enfrentar a rotina da oficina.
Sthefanny acredita que homens e mulheres têm as mesmas condições de desempenhar qualquer profissão. “Eu trabalhava como atendente de caixa. Devido a minha situação financeira na época, não poderia bancar uma faculdade, então, resolvi fazer um curso rápido, pois, necessitava rapidamente atuar em outro ramo”, explicou.
Para ela é basta ter coragem e dedicação. “Quando estava terminando meu estágio na empresa, fui contratada e permaneço até hoje. No começo, os clientes da oficina se assustaram, eles achavam que o serviço era muito pesado. Alguns admiram, outros têm preconceito. Uma vez um cliente não deixou eu mexer no carro dele, mas hoje os clientes já conhecem o meu trabalho e encaram de maneira positiva”, comentou.
Boné, botinas e unhas pintadas


Com seu uniforme e botinas que lhe conferem uma postura profissional, Cleomar Gomes Lima, 41 anos, exerce a profissão como frentista há cinco anos e diz adorar o que faz. “A mulher tem capacidade de se dar bem em qualquer profissão, basta ela se aperfeiçoar para atender as necessidades do mercado de trabalho”, diz.
Cleomar, há cinco anos, veio passear em Palmas, desempregada, estava com dificuldades para ingressar no mercado de trabalho. Aqui, por intermédio de uma prima, conseguiu seu primeiro emprego.  “Há princípio, aceitei porque era minha primeira oportunidade de trabalho, comecei atuando na área de serviços gerais e logo fui promovida como frentista”, revela.
Sob olhar atendo do motorista, as mãos firmes de Cleomar ao abastecer o carro, limpar pára-brisas ou verificar o óleo do motor, transmitem confiança. “No começo encontrei algumas dificuldades, mas depois fui pegando o jeito. Hoje, me sinto realizada atuando como frentista, mas, nunca deixo de buscar melhorias de qualidade de vida e não tenho medo de começar uma nova profissão”, completa.
Jeito de Mulher
Buscando possibilitar cada vez mais histórias de empoderamento feminino como essas, o Governo do Estado, através do Sistema Nacional de Emprego (Sine), gerido pela Secretaria do Trabalho e da Assistência Social (Setas), lançará o Projeto Jeito De Mulher, nesta segunda-feira, 21, em Gurupi. O programa tem como objetivo quebrar o paradigma de que mulheres não podem atuar em áreas ‘dominadas’ por homens. O grande desafio desse projeto é capacitar essas profissionais em áreas como mecânica, elétrica e construção civil, por exemplo, para que ocupem espaços de respeito nos mais variados setores da economia.

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